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03/02/2014

Maranhão de todos nós


As lágrimas derramadas pelo Maranhão em tempos recentes, aliadas à degradação governista de um império implantado há bastante tempo, representam, talvez, o desabafo de um sistema de governo e a fuga de uma realidade maquiada através de inaugurações de supostas grandes obras, distribuição de convênios, noticiários sensacionalistas, promessas mirabolantes e, sobretudo, demonstração de um Estado que só existe nos vídeos institucionais do seu Governo, onde mostram que há motivos para nos orgulharmos do novo Maranhão. Realmente, existem vários motivos mesmo! 
Aqui, o som dos atabaques, dos tambores, a brisa do mar, a praia do Calhau, a Ponta d’ Areia, a Chapada das Mesas, as águas silenciosas do Rio Tocantins, das cachoeiras que descem por entre pedregulhos, e outras maravilhas do Maranhão, são motivos de orgulho para nós, mesmo todas estas belezas estando submetidas à interferência de supostos parasitas que impregnam seus rastros em todas as vísceras maranhenses. Em todo o Estado, existem traços destes insetos, sarnas: em nome de cartórios, avenidas, escolas, etc. Por conta disso, o Maranhão chora, sendo palco de violência, de ataques a ônibus, de baixos índices, de mortes, assaltos, brigas, protestos, e outras mazelas que são recorrentes por que o “Maranhão está mais rico”.


E nós? Nós ficamos aqui apreciando a beleza de toda essa festança, e não podemos fazer nada; somos a minoria. A maioria exibe seus helicópteros, suas obras abandonadas, mal feitas. Falado nisso, é pertinente lembrarmos dos asfaltos das MAs, entregues aos maranhenses que sequer puderam usufruir dessas grandiosas obras que foram, infelizmente, levadas pela água das chuvas. A maquiagem venceu! Existem trechos que continuam do mesmo jeito. Outros, até que foram anunciados, porém, a ação do homem ainda não tornou possível a realização da obra, embora uma placa gigantesca determine um tempo de execução para a mesma. Mas isso não vem ao caso.

Esqueçamos as obras eleitoreiras, o uso da máquina pública em benefício próprio, a campanha antecipada ao governo do Estado e toda essa farsa que tenta ludibriar os olhos dos maranhenses que estão mais lúcidos do que nunca. O povo acordou. Eu acordei, você acordou, nós acordamos, e vamos continuar acordando, e a minoria se tornará a maioria dominante, aquela parte que decidirá sua representatividade. Aos que ainda dormem, que cochilam, que ainda estão hipnotizados pelos vídeos bem produzidos pelo governo do Estado, venham fazer parte deste universo que grita: O Maranhão é de todos nós, e não de um grupo político. 


 

Aqui não é uma empresa privada, um território particular onde o proprietário manda e desmanda, não! O nosso querido Maranhão é terra de gente forte, embora essa força esteja oculta, seduzida por um ideal que só existe nas salas fechadas do Palácio dos Leões, cujas janelas não podem ser abertas para não ter que enfrentar a realidade.  

Eu preferia que certa personalidade brasileira continuasse sua vida de literato, de homem dos versos, das crônicas. Ou, talvez, esquecesse que o Maranhão não é história de ficção, ou personagem de algum de seus escritos. O Maranhão é de todos os maranhenses de verdade, dos que se deleitam sobre a face do Estado em cuja capital está o maior acervo cultural brasileiro. Os encantos e magias das ruas estreitas do Centro Histórico gritam por uma nova era, e certamente, ela virá. 

Parabéns a todos nós maranhenses que temos o poder da escolha. 

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